Palavras de Jesus! (Mt 6:2-4)

"Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mateus 6:2-4)

- Jesus expõe aqui uma forma poderosa para conter o perigo de se auto-glorificar: não tocar “trombeta” toda vez que for feita alguma coisa, ou seja, não saia por aí contando pra todo mundo que fez isso ou aquilo. É óbvio que as pessoas as quais o Senhor se refere não estão literalmente tocando “trombeta” quando dão uma moeda a um pobre. Como em outras situações, o Senhor usa aqui uma linguagem figurada para expressar uma verdade. Com certeza, Jesus fala daqueles que usam da sutileza de suas ações para ganhar a glorificação dos homens.

O Senhor não está aqui condenando o fato de ajudar alguém nas “sinagogas” ou “ruas”, que geralmente eram lugares onde havia uma frequência muito grande de pessoas. Estes locais eram justamente onde os pobres e mendigos frequentavam para obter ajuda (veja João 9:1,8; Atos 3:2). O que Jesus condena são as atitudes daqueles que aproveitam destas situações, sendo que a verdadeira intenção não é ajudar alguém, mas obter glória própria. E há ainda uma forma mais perigosa de se obter tal “glória”: a de anunciar que ajudou alguém, quando ninguém esteve como testemunha, ou seja, numa hora onde há poucas pessoas perambulando, como em altas horas ou locais pouco ou nada frequentados.

Ás vezes, involuntariamente e sem o desejo de obter a glória dos homens, falamos de coisas que fazemos a alguém, porém, a advertência de Jesus é para que nossos lábios não mencionem uma vírgula sequer de tais feitos. O que importa é o Pai saber que estamos ajudando e sendo benevolentes com os mais pobres ou mais necessitados do que nós, e ficarmos contentes e satisfeitos com isto. Deus sabe, e é isso que importa.

Os cidadãos do reino dos céus buscam não uma simples reputação de piedade, mas um caráter verdadeiramente piedoso, cheio de compaixão e amor para com o próximo; prontos a ajudar sem a miníma intenção de fazer “propaganda” e nem obter “dividendos” com isso. Devemos, porém, lembrar que muitas das atitudes dos discípulos de Cristo serão vistas, assim com as dele, mas que a honra seja sempre dada a Deus. Que o cuidado com os pobres e necessitados seja para nós uma obra extensiva do amor cheio de compaixão e misericórdia do Pai celeste.